Depois de nos ter ensinado a evitar o pecado de adultério, não só na prática mas também no coração, Jesus nos ensina que nós não só devemos evitar o pecado, mas também as ocasiões de pecado, por isso disse:
“Se teu olho direito te faz pecar, arranca-o e lança-o para longe de ti, pois é preferível que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno. Se a tua mão direita te leva a pecar, corta-a e lança-a para longe de ti, pois é preferível que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo vá para o inferno. ” (Mt 5, 29-30)
SANTO AGOSTINHO EXPLICA:
Do mesmo modo que o olho denota contemplação, assim se deve entender que a mão denota ação. Por olho devemos entender como sendo um amigo muito querido, como se diria para expressar um afeto muito ardente: “Eu o amo como meu próprio olho”. Convém entender aqui por olho um amigo que dá conselhos, como o olho nos mostra o nosso caminho. A referência ao olho direito talvez seja para expressar um maior grau de afeição. Sempre temem os homens muito mais perder o olho direito. Ou, por olho direito pode ser entendido aquele que nos aconselha a respeito das coisas divinas, e por esquerdo aquele que nos aconselha em coisas mundanas. E este será o sentido: o que quer que seja que você ama como se fosse seu próprio olho direito, se te faz tropeçar e lhe traz qualquer impedimento para a vida eterna, corta-o e lança-o para longe de ti. Porque se o olho direito não foi poupado, é supérfluo falar do esquerdo. Considera-se a mão direita como um estimado auxílio para as boas obras, e a esquerda como um auxílio nas coisas necessárias para esta vida e para o corpo.