Nossos primeiros pais, Adão e Eva, foram constituídos em um estado “de santidade e de justiça original”. Esta graça de santidade original era uma participação da vida divina. Enquanto permanecesse na intimidade divina, o homem não devia nem morrer nem sofrer (CIC 375 e 376).
O homem só pode viver essa amizade como livre submissão a Deus. É o que exprime a proibição feita ao homem, de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, “pois, no dia que dela comeres, terás de morrer” (Gn 2,17).
O homem, tentado pelo Diabo, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. A consequência dessa desobediência foi a seguinte: “o homem voltará ao pó do qual foi tirado” (Gn 3,19). A morte entra na história da humanidade. Ou seja, em consequência do pecado original, o homem deve sofrer a morte corporal. A morte não existiria se o homem não tivesse pecado.
Todos os homens estão implicados no pecado de Adão. “Pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores” (Rm 5,19). “Como por meio de um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram ...” (Rm 5,12).
Com a morte do homem, corpo e alma separam-se, e deverão permanecer separados até chegar o tempo de serem novamente reunidos, no dia da “ressurreição dos mortos”.
Durante o período de separação entre o corpo e a alma, deverá existir um local adequado para cada uma das duas partes separadas. Assim, o corpo volta ao pó da terra, decompondo-se e perdendo sua forma. E a alma entra no “mundo das almas”. Seu nível no mundo das almas é determinado em função de suas obras e de sua fé. A parábola do pobre Lázaro (Lc 16,22) e a palavra de Cristo na cruz ao bom ladrão (Lc 23,43) falam de um destino último da alma que pode ser diferente para uns e outros. “Na casa do Pai há diferentes moradas” (João 14,2).
No dia da ressurreição, as almas serão novamente reunidas aos seus corpos. “Semeia-se no túmulo um corpo corruptível, ele ressuscita um corpo incorruptível, um corpo espiritual (1Cor 15,44).
A ressurreição de todos os mortos, “dos justos e dos injustos” (At 24,15), antecederá o Juízo Final. Este será o momento em que Cristo “virá em sua glória, e todos os anjos com Ele. [...] E serão reunidas em sua presença todas as nações, e ele há de separar os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. [...] E irão estes para o castigo eterno, e os justos irão para a Vida Eterna (Mt 25, 31-33.46).
No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado.
(Texto organizado por Hugo Goes, tendo como fonte de pesquisa a Sagrada Escritura e o Catecismo da Igreja Católica).