606. O Filho de Deus, "descido do céu, não para fazer a sua vontade mas a do seu Pai, que O enviou" (Jo 6. 38), "diz, ao entrar no mundo: [...] Eis-me aqui, [...] ó Deus, para fazer a tua vontade. [...] E em virtude dessa mesma vontade, é que nós fomos santificados, pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre" (Heb 10, 5-10). Desde o primeiro instante da sua Encarnação, o Filho faz seu o plano divino de salvação, no desempenho da sua missão redentora: "O meu alimento é fazer a vontade d'Aquele que Me enviou e realizar a sua obra" (Jo 4, 34). O sacrifício de Jesus "pelos pecados do mundo inteiro" (1 Jo 2, 2) é a expressão da sua comunhão amorosa com o Pai: "O Pai ama-Me, porque Eu dou a minha vida" (Jo 10, 17). "O mundo tem de saber que amo o Pai e procedo como o Pai Me ordenou" (Jo 14, 31).
607. Este desejo de fazer seu o plano do amor de redenção do seu Pai, anima toda a vida de Jesus (Lc 12, 50; 22, 15: Mt 16, 21-23). A sua paixão redentora é a razão de ser da Encarnação: "Pai, salva-Me desta hora! Mas por causa disto, é que Eu cheguei a esta hora" (Jo 12, 27). "O cálice que o Pai Me deu, não havia de bebê-lo?" (Jo 18, 11). E ainda na cruz, antes de "tudo estar consumado" (Jo 19, 30), diz: "Tenho sede" (Jo 19, 28).