598. A Igreja, no magistério da sua fé e no testemunho dos seus santos, nunca esqueceu que "os pecadores é que foram os autores, e como que os instrumentos, de todos os sofrimentos que o divino Redentor suportou" (Heb 12, 3). Partindo do princípio de que os nossos pecados atingem Cristo em pessoa (Mt 25, 45; At 9, 4-5), a Igreja não hesita em imputar aos cristãos a mais grave responsabilidade no suplício de Jesus, responsabilidade que eles muitas vezes imputaram unicamente aos judeus:
"Devemos ter como culpados deste horrível crime os que continuam a recair nos seus pecados. Porque foram os nossos crimes que fizeram nosso Senhor Jesus Cristo suportar o suplício da cruz, é evidente que aqueles que mergulham na desordem e no mal crucificam de novo em seu coração, tanto quanto deles depende, o Filho de Deus, pelos seus pecados, expondo-O à ignomínia. E temos de reconhecer: o nosso crime, neste caso, é maior que o dos judeus. Porque eles, como afirma o Apóstolo, "se tivessem conhecido a Sabedoria de Deus, não teriam crucificado o Senhor da glória" (1 Cor 2, 8); ao passo que nós, pelo contrário, fazemos profissão de O conhecer: e, quando O renegamos pelos nossos atos, de certo modo levantamos contra Ele as nossas mãos assassinas".
"Não foram os demônios que O pregaram na cruz, mas tu com eles O crucificaste, e ainda agora O crucificas quando te deleitas nos vícios e pecados".
Fonte: CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA