A existência de Deus pode ser provada de cinco maneiras distintas.
[...]
3. A terceira é a que se deduz a partir do possível e do necessário. Vemos que as coisas podem existir ou não existir, pois podem ser produzidas ou destruídas, e consequentemente é possível que existam ou que não existam. É impossível que as coisas submetidas a tal possibilidade existam sempre, visto que carregam em si mesmo a possibilidade de não existir, em algum tempo não existiram. Se todas as coisas carregam em si mesmo a possibilidade de não existir, houve um tempo em que nada existiu. Mas se isto é verdade, tampouco agora nada existiria, pois o que não existe só pode começar a existir por algo já existente. Se, pois, nada existia, é impossível que algo comece a existir; em consequência, nada existiria; e isto é absolutamente falso. Logo nem todos os seres são só possibilidade; mas é forçoso que algum ser seja necessário. Todo ser necessário encontra sua necessidade em outro, ou não a tem. Por outro lado, não é possível que nos seres necessários se busque a causa de sua necessidade levando este proceder infinitamente. Portanto, é preciso admitir algo que seja absolutamente necessário, cuja causa de sua necessidade não está em outro, mas que ele seja a causa da necessidade dos demais. Todos o chamam de Deus.
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3. A terceira é a que se deduz a partir do possível e do necessário. Vemos que as coisas podem existir ou não existir, pois podem ser produzidas ou destruídas, e consequentemente é possível que existam ou que não existam. É impossível que as coisas submetidas a tal possibilidade existam sempre, visto que carregam em si mesmo a possibilidade de não existir, em algum tempo não existiram. Se todas as coisas carregam em si mesmo a possibilidade de não existir, houve um tempo em que nada existiu. Mas se isto é verdade, tampouco agora nada existiria, pois o que não existe só pode começar a existir por algo já existente. Se, pois, nada existia, é impossível que algo comece a existir; em consequência, nada existiria; e isto é absolutamente falso. Logo nem todos os seres são só possibilidade; mas é forçoso que algum ser seja necessário. Todo ser necessário encontra sua necessidade em outro, ou não a tem. Por outro lado, não é possível que nos seres necessários se busque a causa de sua necessidade levando este proceder infinitamente. Portanto, é preciso admitir algo que seja absolutamente necessário, cuja causa de sua necessidade não está em outro, mas que ele seja a causa da necessidade dos demais. Todos o chamam de Deus.
Fonte:
AQUINO, Santo Tomas de. Suma de Teologia, Tomo I, 4ª ed. Madri: Biblioteca de Autores Cristianos, 2001, p. 112.
AQUINO, Santo Tomas de. Suma de Teologia, Tomo I, 4ª ed. Madri: Biblioteca de Autores Cristianos, 2001, p. 112.